sábado, 8 de maio de 2010

Anticorpos anti-esqualeno


Recentemente foi atribuído ao esqualeno eventos adversos graves, nomeadamente na dispensa da vacina contra a gripe A, H1N1.

O esqualeno contém epítopos antigénicos que podem acolher propriedades imunoestimulantes. A demonstração da toxicidade do esqualeno iniciou-se em 2000, quando um grupo de investigadores publicou dois artigos mostrando que soldados que apresentavam a Síndrome da Guerra do Golfo possuíam anticorpos anti-esqualeno. A hipótese do grupo era de que o esqualeno presente nas vacinas contra o anthrax (ou Carbúnculo) dadas aos soldados estaria a provocar a formação de anticorpos anti-esqualeno, levando a um quadro clínico caracterizado por um conjunto de sintomas como fadiga, erupções cutâneas, cefaléia, artralgias, mialgias, linfadenopatias, diarreia, perda de memória, doenças auto-imunes da tiróide, aumento da alergias, sensibilidade para os aspectos ambientais e anormalidades neurológicas.

Foi proposto que a indução de anticorpos anti-esqualeno nestes indivíduos poder-se-ia dever a um programa de vacinação intensivo. No entanto, este relatório foi extensivamente questionado devido à falta de controlos positivos e negativos apropriados e de métodos analíticos validados. Mais tarde, outro relatório defendia que a reacção do adjuvante era responsável pelo quadro clínico observado nos pacientes vacinados com a vacina, diagnosticados com a Síndrome da Guerra do Golfo.3

Em 2006, Del Guidice e tal., em contraste ao relatado anteriormente e usando um ensaio ELISA validado, concluiu-se que o MF59, um adjuvante da vacina contendo esqualeno, era seguro não tendo induzido anticorpos anti-esqualeno nem aumentado os níveis de anticorpos pré-existentes no soro humano. [4,5]
Além disso, um relatório recente de 2009, excluiu qualquer associação entre os anticorpos anti-esqualeno e múltiplas mazelas associadas a pacientes com a Síndrome da Guerra do Golfo, esclarecendo todas as controvérsias até então.[6]
 

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