sábado, 8 de maio de 2010

Actividade Anti-Cancerígena


Os tubarões são relatados como sendo uma fonte muito rica de esqualeno: o óleo de fígado de tubarão contém mais de 40% deste triterpeno. Níveis tão altos de esqualeno estão relacionados com a ausência de cancro nas diferentes espécies destes animais. Além disso, acredita-se que o esqualeno é parcialmente responsável pela baixa incidência de cancro nas populações da região do Mediterrâneo, onde o azeite tem uma grande significância na dieta.

O esqualeno da dieta provavelmente inibe a HMG CoA redutase, através de uma regulação por feedback negativo da síntese de colesterol endógeno, resultado numa redução do farnesil pirofosfato celular. Um aumento do consumo de esqualeno na dieta pode impulsionar os níveis de esqualeno endógeno e efectivamente baixar os níveis de farnesil pirofosfato, levando assim a uma redução do crescimento do tumor.

O mecanismo de acção pelo qual o esqualeno actua contra a carcinogenese, é provavelmente o seguinte:
  1. Inibição da farnelisação da oncoproteína Ras, assim como restrição da conversão do HMG CoA a mevalonato, o que é necessário para a síntese de DNA e proliferação celular, por inibição indirecta da HMG CoA redutase via regulação feedback negativa da síntese de colesterol endógeno
  2. Modelação da biossíntese e da função das enzimas metabolizadoras de xenobióticos, alterando assim a activação metabólica de carcinogénios.
  3. Actuação como scavenger (composto inactivador) de radicais livres
Foi demonstrado que o esqualeno apresenta actividade citoprotectora selectiva, protegendo células normais, mais não tumorais, de toxicidade quimioterapêutica. Esta protecção é atribuída a uma redução significativa das espécies reactivas de oxigénio e ao aumento dos níveis de glutationa nas células da medula óssea.

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Site desenvolvido no âmbito da cadeira de Toxicologia da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto